Sebastião Aires de Queiroz (membro da Academia Paraibana de Poesia)

Em primeiro de agosto deste ano, ao término da sessão da Academia Paraibana de Poesia, recebi como presente, da ilustre confreira Francisca Vânia Rocha Nóbrega, com gentil dedicatória, um exemplar de seu livro Educação, Professoralidade e Subjetividade: Singularidades das Professoras do Liceu Paraibano. Na agenda de próximas leituras constavam Pilares da Medicina, de Carlos A. M. Gottschal, O Pequeno Príncipe em Cordel, de Josué Limeira, com ilustrações de Vlademir Barros, além de Fernando Pessoa – O Livro das Citações, de José Paulo C. Filho.

Sobre a obra, lancei alguns olhares meio que desatentos ou desinteressados, pois inicialmente não me senti atraído pelo título da publicação da escritora, lançada em 2021, pela Editora Fox, julgando que ela se destinava, sobretudo, a professores e pedagogos. No entanto, ao ler seus três sumários, mas densos capítulos, vi-me seduzido por sua temática, tratada por Vânia com muita lucidez, didática, competência e conhecimento do assunto, com relatos alicerçados em estudos e pesquisas históricas devidamente documentadas, que remontam ao Brasil Colônia, passando pela Primeira República e pelos regimes ditatoriais, com extensão aos tempos atuais, e ainda com referências bibliográficas de renomados pedagogos, como o brilhante Paulo Freire e outros, de nome nacional e internacional – página 83 da citada publicação.

Por fim, a professora, poetisa e escritora transcreve preciosas entrevistas, formais e descontraídas, com veneráveis mestras do passado e do presente do Liceu Paraibano, depoimentos que agregam significativo valor às suas fidedignas histórias de como se constituíram professoras e puderam construir identidades, subjetividades, vivências, experiências, aprendizagens e relacionamentos familiares, com colegas, alunos, nas convivências sociais e ao impacto dos contextos históricos em que atuaram e atuam, em meio a limitações de toda ordem, incluindo a falta de outras opções profissionais priorizadas aos homens, preconceitos, discriminações e baixa valorização profissional, com remuneração pouco compensatória.

Os capítulos dois e três da pequena grande obra, com seus desdobramentos em subtítulos, constituem, a meu ver, no eixo principal e objetivo central contemplados pela autora que, com admirável maestria e proficiência, disserta sobre professoralidade e Saberes Profissionais: subjetividade, memória e singularidades; Saberes profissionais: Construção Cotidiana da Prática profissional das professoras do Liceu paraibano.

Trata-se, portanto, de uma publicação primorosa e valiosa que deve ser mais que apreciada, estudada, assimilada e divulgada entre todos os que se dedicam ao ensino, na área pública e privada. Minhas felicitações a Francisca Vânia por esse livro tão atual e significativo.