A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) realizou, nesta segunda-feira (20), uma reunião para apresentar o Projeto de Extensão “Comércio Exterior e oportunidades de trabalho no estado da Paraíba: noções básicas de exportação e importação”, voltado para microempreendedores individuais do setor de artesanato da Paraíba, em especial as rendeiras da Paraíba na produção da Renda Renascença do Cariri.

No encontro com a Vice-Reitora da UFPB, Profa. Liana Filgueira, e a Pró-reitora de Extensão Berla Moraes, participaram membros do projeto de extensão, representantes de prefeituras do Cariri e das rendeiras da região, além de empresas juniores da UFPB.

Foto: Angélica Gouveia

O Projeto de Extensão, que tem o nome fantasia Probex COMEX UFPB, é coordenado pela Profa. Márcia Paixão, do Departamento de Economia da UFPB.

Hoje a nossa Pró-reitoria de Extensão (Proex) conheceu o projeto em mais detalhes na medida em que também conheceu os agentes apoiadores de uma ação específica do projeto, que é voltado para Renda Renascença do Cariri paraibano. O objetivo é a exportação da mercadoria envolvendo outras nuances como a estruturação de um site para comercialização no Brasil e exterior”, explicou a coordenadora do projeto, Profa. Márcia Paixão. Na reunião, foram dados os encaminhamentos junto à Proex, abrindo a possibilidade de institucionalizar a ação, por meio de um convênio, já que envolve vários parceiros externos.

Rendeira e representante do Conarenda, Antônia Maria da Silva afirmou que as rendeiras, em parceria com a UFPB, conseguiram sensibilizar os gestores para reconhecerem como a renda atende a toda uma cadeia produtiva e completamente ecológica. Ela destacou a importância de projetos que apoiem o desenvolvimento cultural, social, e o senso de pertencimento da comunidade.

A Profa. Liana Filgueira destacou a necessidade da valorização cultural e artística dos produtos desenvolvidos pelas rendeiras, para que possam ser comercializados, de fato, de uma forma justa. A ideia da participação da UFPB é apoiar o projeto com o seu corpo técnico, por meio da tríade de ensino, pesquisa e extensão.

“Se a gente faz um projeto dessa dimensão e não consegue transformar isso em retorno financeiro, seja para as rendeiras, seja para o Estado ou para a Universidade, perde o sentido. Por que não tornar um projeto dessa área algo autorrentável dentro da Universidade? A ideia é essa: independência. É uma autonomia de fato”, disse a Vice-Reitora Liana Filgueira.

O presidente da Agência de Cooperação Internacional (ACI) da UFPB, Prof. Sandro Marden, explicou que a Universidade pode potencializar, catalisar e expandir o artesanato paraibano. “A Universidade forma várias camadas de profissionais que podem atuar em toda a cadeia de produção, exploração, sustentabilidade e divulgação desses produtos para que haja um comércio ou uma valorização maior dos produtos de artesanato, inclusive modernizar o conceito, você pensar em artesanato não como uma peça de qualidade inferior ao industrial, mas sim, uma peça artística. Muitos deles têm alcance de obra de arte”, esclareceu o docente.

Valor agregado

O Prefeito de São Sebastião do Umbuzeiro, Antônio Wolf, disse que a reunião foi muito importante e que a participação da UFPB marca um momento histórico para o fortalecimento da cultura da Renda Renascença na Paraíba. “Precisamos colocar muita coisa em prática no que envolve precificação, agregação de valores e marketing. A expectativa é que possamos levar os conhecimentos e as informações compartilhadas aqui para o município de São Sebastião de Umbuzeiro em busca desse desenvolvimento das atividades”, comentou o Prefeito.

Para a gestora do Programa do Artesanato do Governo do Estado da Paraíba, Marielza Rodrigues, é preciso reeducar o mercado consumidor para que valorize a renda como produto cultural com valor agregado. “O apoio da UFPB – como construtora de conhecimento – representa a chegada de mais ferramentas que nos auxiliam a manter essa memória patrimonial viva, disse ela.

A secretária de Cultura e Turismo do município de Zabelê, Fabiana Monteiro, destacou a importância das parcerias e da representação discente no projeto, por meio das empresas juniores. “É sempre produtivo quando todos estão em conjunto pensando em um só propósito: geração de renda de maneira que os produtos das rendeiras sejam divulgados, exportados e reconhecidos”, afirmou.

Segundo a Pró-reitora de Extensão, Profa. Berla Moraes, é importante unir as mulheres rendeiras nesse processo de diálogo com a sociedade e aproximar os alunos, no contexto de formação de diversas áreas de conhecimento. “O objetivo é o desenvolvimento socioeconômico local, com o resgate da memória, da tradição e da historicidade”, disse Profa. Berla.

Também participaram do encontro Rafael Tobias Guerra (representante da Empresa Júnior Eleven, da UEPB); Giovana Anjos (diretora de qualidade da Empresa Júnior Internacionalize Consultoria e Assessoria); Levi Galdino (vice-coordenador do Probex Comex); Jessly Smith (aluno de Engenharia Elétrica do IFPB e representante da JS Digital); Letícia Nunes (vice-presidente da Líderi Júnior, Empresa Júnior da UFPB); Prof. Roberto Vilmar Satur, do Departamento de Intermediações Interculturais da UFPB e docente do Probex; Giuliano Queiroga Giarletta (representante do Probex Comex, vice-coordenador da ação Exporenda Cariri); e o estudante da UFPB Itamar Dias (representante do Grupo Itamar Dias).

A ação tem o apoio financeiro do SEBRAE-Monteiro e das Prefeituras dos municípios de São João do Tigre, Zabelê, Camalaú, São Sebastião do Umbuzeiro e Monteiro. Conta também com a colaboração na forma de consultoria dos Correios, Lauro Victor de Barros Despachos Aduaneiros e Tertuliação Educomunicativa.